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“ENTÃO VOCÊ É TRANS... E O QUE VAI FAZER COM ISSO? ”

As pessoas, ao manifestarem sua individualidade, têm percebido que diferem umas das outras e uma das questões marcantes que surgem são gênero e sexualidade. Diferentemente do passado, as pessoas hoje querem se conhecer, explorar, trocar experiências, e passaram a criticar os rótulos impostos pela “normalidade”. O momento que vivemos expressa essa crítica, trazendo a possibilidade da ambivalência.  

Há, em essência, diferenças na percepção de si entre transexuais, travestis, não-binários e crossdressers, quanto ao gênero e sexualidade. Cris Camps, diretora do BCC (Braziliam Crossdressing Club), associação virtual que, há vinte anos, congrega pessoas adeptas do crossdressing, afirma que "há crossdressers se apresentarem como hétero, como homo, bi ou assexuadas e, em sua maioria, manifestam pouco ou nenhum desejo de modificarem seus corpos. Mas ressalta que “sabe-se do grande desejo de alguns quererem adquirir características secundárias do sexo oposto, como seios ou barba, presumindo-se, nesses casos, tratar-se do início de uma transição para a transexualidade”.
Diferentemente das travestis e transexuais M2F (male to female = masculino para feminino), pessoalmente acho pouco provável que uma pessoa que se defina como crossdressers se disponha a modificar seu corpo, como colocar silicone ou modificar seu órgão sexual, sem que tenha assumido uma constância de gênero maior. Mas nada é determinado e tudo é passível de ser construído, como tudo o que engloba este assunto. Acredito que esta seja uma forma ímpar de expressão transgênera.
A expressão da diversidade é uma importante faceta de nossa sociedade atual e entender a demanda de cada pessoa, explorar o seu significado e os sentimentos que cada um nutre a respeito, bem como a profundidade de cada indivíduo, deve ser a base do acolhimento que essas pessoas recebem. Pelo fato de cada pessoa ter sua demanda individual, todos são únicos e trazem sua necessidade única. 

Quem tem a questão trans como demanda principal precisa de interlocutores que tenham explorado o tema em profundidade, precisa de uma atuação sensível e não necessariamente relacionada exclusivamente à temática trans. É preciso ressaltar, de qualquer forma, que questões que envolvam medicação ou procedimentos invasivos devem ser acompanhadas por médicos especializados. No caso de processos de terapia hormonal, antes de qualquer ação, afirmo a urgência em consultar um endócrino de confiança, e caso haja necessidade, de realizar acompanhamento psiquiátrico pois, ao se propor a realizar mudanças tão profundas, a pessoa pode gerar instabilidades enormes em seu equilíbrio e é necessário avaliar e acompanhar, com grande cuidado, cada passo.

A vida nunca mais é a mesma depois que você consegue dar nome ao que sente. As palavras, as ideias e tudo o que se pensa, passa e vive ganham novo sentido a partir do momento em que a pessoa consegue se apropriar de sua existência.

Comentários

Unknown disse…
Ficou legal a apresentação, melhor q a anterior
Elisa disse…

 Perfeito FeMaidel:
"A Vida nunca mais é a mesma depois que você consegue dar nome ao que sente."🌹
Principalmente quando não se encontra par nesse emaranhado de sentimentos e expressões do Ser. A busca de autoconhecimento e a psicoterapia podem  auxiliar na clareza e inspirar a Coragem necessária nessa jornada do Ser - uma bela experiência, nem sempre tão simples para todo ser humano.
E, nesse sentido, vai-se moldando a existência com gentileza, compaixão e paz no coração!💛
 Assim: "As palavras, as ideias e tudo o que se pensa, passa e vive ganham novo sentido..."🌹
Elisa Próspero, Psicóloga e Coach
Laís Carla disse…
Gostei muito do texto.
Dá a esperança de uma vida mais agradável, desde que exista a identificação do
Ser. E acredito que é aí que mora a maior batalha: a busca pela identidade própria.
Existem tantas opções em aberto - hoje discriminadas e/ou rotuladas - socialmente falando. E ao mesmo tempo existem diversos sentimentos internos que são muito mais relevantes.
É difícil se encaixar numa embalagem do que queremos ser ou do que somos.
Então a gente passa anos e anos dando voltas atrás da definição do que sentimos, para que possa surgir a possibilidade da pergunta "Sou eu. E agora?"

Grande abraço <3

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